Prevista para ser concluída há quatro décadas. A União não consegue sequer comprador para terreno de 50 hectares na RMBH.
Ícone das obras abandonadas, a Ferrovia do Aço fincou as raízes do
desperdício no trecho entre Nova Lima, Belo Horizonte e Sabará, com
túneis e pilares de viadutos construídos na década de 1970 e que nunca
foram utilizados. Como a promessa era de que a linha seria concluída em
menos de três anos, ela foi apelidada de Ferrovia dos Mil Dias. Ninguém
quis ficar com a herança do governo militar. Em dois leilões para vender
parte do terreno com as obras inacabadas nenhum comprador fez oferta. O
Estado de Minas publica desde 24/02 reportagens sobre pontes, viadutos e
estradas abandonadas que prejudicam os moradores de seu entorno e
ilustram o desdém com que o dinheiro público é tratado.
O trecho do que deveria ser a Ferrovia do Aço à venda é um terreno de
quase 50 hectares, considerado não operacional pela extinta Rede
Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), na antiga Fazenda Marzagão, que
pertence à Secretaria de Patrimônio da União, negociado pela Caixa
Econômica Federal. Já foram abertas duas concorrências públicas: a
primeira em maio de 2011 e a segunda em junho do ano passado. Nenhuma
proposta foi apresentada e o imóvel ficou disponível na modalidade venda
direta, sem concorrência pública. Nesse caso, também não houve
interessado. A CEF reavaliou a área e o preço atual é R$ 21,9 milhões.
Em breve, será lançada uma nova concorrência pública. Para tentar se
livrar da “herança maldita”, o governo federal possibilita o
parcelamento em até 60 vezes, com taxa de juros de 10% ao ano.
A Ferrovia do Aço foi uma das obras faraônicas que o governo militar
empreendeu na década de 1970. Além dela, o regime construiu outras obras
suntuosas, como a Ponte Rio-Niterói, a Rodovia Transamazônica e a usina
hidrelétrica de Itaipu. O obra serviria para escoar o minério de Minas
para Rio de Janeiro e São Paulo. No entanto, apenas o trecho entre
Itabirito (MG) e Volta Redonda (RJ) foi construído. O percurso entre Minas e
São Paulo não foi iniciado. Entre Itabirito e a capital mineira ficaram
os trechos abandonados. Quando a ferrovia foi planejada, o país vivia o
período que ficou conhecido como milagre econômico, com a economia
crescendo a taxas superiores a 10% ao ano.
O valor de toda a ferrovia é estimado em US$ 1,8 bilhão (R$ 3,5 bilhões). Os pilares dos viadutos inacabados podem ser vistos por quem vai de Belo Horizonte a Sabará seguindo pela Avenida dos Andradas, na Região Leste, antes de chegar ao Bairro General Carneiro.
Anel Leste
Enquanto o governo federal tenta vender parte das obras abandonadas, está com a Prefeitura de Belo Horizonte um projeto para usar os túneis e estruturas na construção de um anel ferroviário, que ligaria a Região Sul de Belo Horizonte à Região Leste, conectando a saída para o Rio de Janeiro da BR-040 com a saída para Vitória na BR-262. O deputado estadual Paulo Lamac (PT), que coordena a Frente Parlamentar de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, já levou seus colegas deputados para visitar os locais e garante que o projeto está com o poder municipal. O autor do texto é o arquiteto e urbanista Radamés Teixeira.
“O projeto inclui uma grande estação ao lado dos motéis na saída para o Rio. Ali teríamos um grande estacionamento, incentivando aqueles que têm carros a usarem um transporte coletivo rápido e eficiente. Um ramal iria até a Região Leste de BH, utilizando o espólio da Ferrovia do Aço e parte da malha ferroviária abandonada que vai até a região da Mina de Águas Claras. Outro ramal poderia, inclusive, chegar até o Barreiro, já que há toda uma estrutura de trilhos também”, explicou o deputado Paulo Lamac.
Ele não acredita que a venda do terreno possa impedir os planos da construção do Anel Leste, como é chamado o projeto. “Poderia ser interessante para conseguir um parceiro e fazer uma parceria público-privada (PPP)”, explica. O deputado reforça que tão importante quanto os túneis e esqueletos dos viadutos é a preparação do terreno, que está concluída há décadas. Por enquanto, o Anel está só no papel.
Milagre Econômico
O valor de toda a ferrovia é estimado em US$ 1,8 bilhão (R$ 3,5 bilhões). Os pilares dos viadutos inacabados podem ser vistos por quem vai de Belo Horizonte a Sabará seguindo pela Avenida dos Andradas, na Região Leste, antes de chegar ao Bairro General Carneiro.
Anel Leste
Enquanto o governo federal tenta vender parte das obras abandonadas, está com a Prefeitura de Belo Horizonte um projeto para usar os túneis e estruturas na construção de um anel ferroviário, que ligaria a Região Sul de Belo Horizonte à Região Leste, conectando a saída para o Rio de Janeiro da BR-040 com a saída para Vitória na BR-262. O deputado estadual Paulo Lamac (PT), que coordena a Frente Parlamentar de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, já levou seus colegas deputados para visitar os locais e garante que o projeto está com o poder municipal. O autor do texto é o arquiteto e urbanista Radamés Teixeira.
“O projeto inclui uma grande estação ao lado dos motéis na saída para o Rio. Ali teríamos um grande estacionamento, incentivando aqueles que têm carros a usarem um transporte coletivo rápido e eficiente. Um ramal iria até a Região Leste de BH, utilizando o espólio da Ferrovia do Aço e parte da malha ferroviária abandonada que vai até a região da Mina de Águas Claras. Outro ramal poderia, inclusive, chegar até o Barreiro, já que há toda uma estrutura de trilhos também”, explicou o deputado Paulo Lamac.
Ele não acredita que a venda do terreno possa impedir os planos da construção do Anel Leste, como é chamado o projeto. “Poderia ser interessante para conseguir um parceiro e fazer uma parceria público-privada (PPP)”, explica. O deputado reforça que tão importante quanto os túneis e esqueletos dos viadutos é a preparação do terreno, que está concluída há décadas. Por enquanto, o Anel está só no papel.
Milagre Econômico
O
regime militar brasileiro conseguiu sobrevida graças às condições
econômicas da época. Entre 1968 e 1973, o Produto Interno Bruto (PIB)
crescia cerca de 10% ao ano. Setores como a construção civil e a
indústria atingiam índices ainda mais elevados. O milagre começou a ruir
em 1974, com a crise mundial do petróleo. Como os militares que
comandavam o país abusaram dos empréstimos internacionais para financiar
as obras faraônicas, a dívida externa explodiu. Seguiu-se então um
período de inflação elevadíssima, que só foi terminar em 1994, no fim do
governo Itamar Franco, quando foi instituído o Plano Real. Apesar do
crescimento da economia, não houve justiça social, o que aumentou ainda
mais a desigualdade da sociedade brasileira.
Fonte: www.em.com.br - Leia mais em Wikipédia.